98. Mia Couto

Bem-vindos ao podcast Cinco Minutos de Português Brasileiro. Pelos próximos cinco minutos, vou falar em português brasileiro de forma clara e pausada. 

Hoje vou falar sobre algo um pouco diferente. Ou melhor, vou falar sobre alguém, sobre uma pessoa. Uma pessoa famosa aqui no Brasil, mas que não é brasileira. Um escritor famoso aqui no Brasil, mas que não é brasileiro. Um escritor moçambicano, ou seja, de Moçambique, um país africano onde também se fala português.

Mia Couto, ou melhor, António Emílio Leite Couto, nasceu na cidade de Beira, em Moçambique, no dia 5 de julho de 1955. Seus pais, portugueses, tinham se mudado para Moçambique no ano de 1953, fugindo da ditadura de Antonio Salazar. Mia Couto é escritor e biólogo, e também já trabalhou como jornalista. 

Mia Couto é considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique e já recebeu muitos prêmios. Sua obra é ampla e diversificada. Ele escreve poesia, contos, romances e crônicas. Eu, pessoalmente, gosto muito dos contos que ele escreve. Aliás, O Fio das Missangas, um livro de contos escritos por Mia Couto, é um dos meus livros preferidos. Bom, eu tenho vários livros preferidos, mas O Fio das Missangas é definitivamente um deles. 

Mia Couto também é o escritor moçambicano mais traduzido. As suas obras já foram publicadas em mais de 22 países e traduzidas para idiomas como alemão, francês, espanhol, catalão, inglês e italiano. Felizmente, os leitores brasileiros, como eu, podem ser a sua obra no idioma original. 

Aqui no Brasil, não temos um contato muito forte com outros países de fala portuguesa. Mas Mia Couto é bastante conhecido por aqui, ao menos entre as pessoas que gostam de ler. Por isso, achei interessante dedicar um episódio a esse escritor. 

Aliás, já que este episódio é um pouco diferente, vou fazer mais uma coisa fora do habitual: vou terminar com um poema escrito por Mia Couto e publicado no livro Vagas e lumes.

Idade

Mente o tempo:

a idade que tenho

só se mede por infinitos.

Pois eu não vivo por extenso.

Apenas fui a Vida

em relampejo do incenso.

Quando me acendi

foi nas abreviaturas do imenso.

Obrigada por ouvir até aqui.

A transcrição deste episódio está no site www.melissabarbosa.com.br

Até o próximo, tchau!